quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sobre perguntas e Perguntas

Uma criança com “cabeça na lua” às vezes irrita tanto os adultos...
E “ao voltarem à Terra” geralmente elas têm muitas perguntas a fazer, pensadas na sua “viagem”. Perguntas às quais nem sempre sabemos responder...
Porque perdemos a capacidade de perguntar, ao crescermos, temos dificuldades de responder aos questionamentos das crianças, que vão muito além das situações concretas e reais. As crianças perguntam também sobre possibilidades; elas levantam hipóteses. Tolhida nossa capacidade de imaginação e pouco desenvolvida nossa criatividade, o que acontece é que tememos essas perguntas...
O livro “Valentina cabeça na Lua”, de Adriana Falcão, fala sobre esse universo criativo, imaginativo e perguntador das crianças. E sobre a enfadonha realidade a que os adultos se submetem. Com uma narrativa leve, simples e muito poética, a autora vai brincando com o significado de “ter a cabeça no mundo da lua”.
Valentina é uma menina esperta, inteligente, sensível e criativa que tem tudo arrumado na sua cabeça, conforme lhe haviam ensinado. Mas tinha muito mais, que existia somente na sua cabeça e isso morava na Lua.
“Para ela, a Lua é o lugar onde vivem os melhores pensamentos das pessoas 
e as respostas das perguntas sem resposta.
Perguntas sem resposta, segundo Valentina, 
eram aquelas que nasciam dentro da emoção da gente, 
num lugar sem tempo nem espaço.
Perguntas sem resposta eram perguntas de verdade.
Perguntas, perguntas.
Dessas que a gente fica horas pensando na pergunta, e não na resposta.” (pp. 08-11)


Ah... as crianças! Sabem sobre a vida melhor do que nós, adultos.


Valentina Cabeça na Lua
Adriana Falcão
Ed. Salamandra

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