sábado, 29 de março de 2014

Liberdade e Escravidão

Doze anos de escravidão
Solomon Northup
Penguin Companhia

Tenho um pouco de resistência às autobiografias, especialmente se forem de celebridades. Sempre me parece que essas pessoas querem se expor um pouco mais em troca de holofotes. Resisto, também, a ler livros depois que foram filmados e viraram sucesso. Uma espécie de pirraça minha, eu sei.
Dessa vez, no entanto, algo diferente me moveu e decidi ler o livro só por causa do filme (que não vi ainda, mas sobre o qual muito se falou, afinal teve várias indicações ao Oscar, alcançando duas delas). O assunto me interessa muito, pois está entre meus objetos de estudo e foi uma motivação para a aquisição do livro.
Não há nada demais em termos literários. Mas a história é bem contada e há belíssimas reflexões de vida sobre liberdade e escravidão, que nos fazem pensar dolorosamente sobre a capacidade que umas pessoas têm de subjugar outras. Inacreditável, revoltante e triste, muito triste.
A narrativa é bastante detalhista e isso cansa um pouco. No entanto, li rapidamente, sofrendo com muitas das passagens e experimentando sentimentos diversos, principalmente piedade e admiração. Sem dúvida, é um grande exemplo de fé e perseverança em circunstâncias tão adversas. Se o filme foi capaz de manter essa essência, com certeza trata-se de maravilhosa obra.


“Houvera momentos em minha infeliz vida, muitos, em que o vislumbre da morte como o fim de sofrimentos terrenos – do túmulo como um local de descanso para um corpo cansado e alquebrado – tinha sido agradável de imaginar. Mas tal contemplação desaparece na hora do perigo. Nenhum homem, em posse de suas forças, consegue ficar imperturbável na presença do ‘rei dos horrores’. A vida é cara a qualquer coisa viva; o verme rastejante lutará por ela.” (p. 110)

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