Editora Rocco, 2012
Lembro-me até hoje da primeira vez em que ouvi falar sobre Nelson Mandela. Foi numa aula de Geografia, no Ensino Fundamental, no Colégio Canadá. A professora Maria do Carmo Nader levou para a turma um texto de Desmond Tutu, publicado na revista Veja, sobre o apartheid. Ele explicava um pouco sobre o regime e enaltecia o nome de Mandela, que estava na prisão naquela época.
Em 2010, tive a oportunidade de ver um belo filme sobre a vida de Mandela e, trabalhando-o com uma turma de 8o ano, acabei pesquisando sobre sua vida. Fiquei impressionada com o vigor e a determinação desse homem.
No ano passado, por um motivo muito especial, presenteei alguém muito amado com a obra "Conversas que tive comigo". E, meses depois, tive a oportunidade de ler o livro.
Trata-se de cartas, bilhetes, registros de diário e entrevistas, antes, durante e depois que Mandela esteve na prisão. É uma coletânea que revela seus pensamentos sobre política, vida em família, humanidade, religião.
Minha admiração por esse personagem da história mundial só fez crescer. Primeiro, porque Nelson Mandela é um exemplo de persistência e perseverança. Segundo, porque, nesses relatos, permitiu-se deixar ser revelado seu lado humano, na expressão de suas emoções: embora lutando uma luta coletiva, com ideais grandiosos, teve seus momentos individualistas, em que prevaleceram características de seu temperamento que, talvez, preferisse guardar para si. Mas ali não estava apenas a personalidade; estava, também - e acima de tudo, eu diria - a pessoa.
Uma boa leitura para aqueles que desejam ser líderes. Uma boa leitura para aqueles que têm um ideal.
"Quando estamos tentando chegar a um acordo através de negociações, discursos inflamados não são indicados. O que se quer é debater os problemas de maneira sóbria. As massas gostam de ver alguém que seja responsável e que fale de maneira responsável. Não quero incitar a multidão. Eu quero que o povo compreenda o que estamos fazendo e quero infundir nele um espírito de reconciliação. Eu amadureci e me abrandei. Quando era jovem eu era muito radical, usava uma linguagem exaltada, lutava contra todo mundo. Mas agora a gente quer liderar e um discurso para inflamar o povo não é apropriado. "
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