sábado, 29 de junho de 2013

Sobre liderança e sonho

Conversas que tive comigo, Nelson Mandela
Editora Rocco, 2012

Lembro-me até hoje da primeira vez em que ouvi falar sobre Nelson Mandela. Foi numa aula de Geografia, no Ensino Fundamental, no Colégio Canadá. A professora Maria do Carmo Nader levou para a turma um texto de Desmond Tutu, publicado na revista Veja, sobre o apartheid. Ele explicava um pouco sobre o regime e enaltecia o nome de Mandela, que estava na prisão naquela época.
Em 2010, tive a oportunidade de ver um belo filme sobre a vida de Mandela e, trabalhando-o com uma turma de 8o ano, acabei pesquisando sobre sua vida. Fiquei impressionada com o vigor e a determinação desse homem.
No ano passado, por um motivo muito especial, presenteei alguém muito amado com a obra "Conversas que tive comigo". E, meses depois, tive a oportunidade de ler o livro.
Trata-se de cartas, bilhetes, registros de diário e entrevistas, antes, durante e depois que Mandela esteve na prisão. É uma coletânea que revela seus pensamentos sobre política, vida em família, humanidade, religião.
Minha admiração por esse personagem da história mundial só fez crescer. Primeiro, porque Nelson Mandela é um exemplo de persistência e perseverança. Segundo, porque, nesses relatos, permitiu-se deixar ser revelado seu lado humano, na expressão de suas emoções: embora lutando uma luta coletiva, com ideais grandiosos, teve seus momentos individualistas, em que prevaleceram características de seu temperamento que, talvez, preferisse guardar para si. Mas ali não estava apenas a personalidade; estava, também - e acima de tudo, eu diria - a pessoa.

Uma boa leitura para aqueles que desejam ser líderes. Uma boa leitura para aqueles que têm um ideal.

"Os líderes avaliam que críticas construtivas dentro das estruturas da organização, por mais duras que sejam, são um dos métodos mais eficazes de lidar com problemas internos, de assegurar que as opiniões de cada companheiro sejam cuidadosamente refletidas, e que para que um companheiro manifeste livremente suas opiniões não deve existir temor de marginalização ou, pior ainda, de vitimização.Para qualquer líder é um grande erro ser demasiado suscetível com as críticas, conduzir discussões como se ele ou ela fosse um mestre falando com discípulos menos informados e inexperientes. Um líder deve encorajar e dar boa acolhida a uma troca de ideias livre e irrestrita. "


"Quando estamos tentando chegar a um acordo através de negociações, discursos inflamados não são indicados. O que se quer é debater os problemas de maneira sóbria. As massas gostam de ver alguém que seja responsável e que fale de maneira responsável. Não quero incitar a multidão. Eu quero que o povo compreenda o que estamos fazendo e quero infundir nele um espírito de reconciliação. Eu amadureci e me abrandei. Quando era jovem eu era muito radical, usava uma linguagem exaltada, lutava contra todo mundo. Mas agora a gente quer liderar e um discurso para inflamar o povo não é apropriado. "

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